Rio de Janeiro e a retomada da paz

Fábio Motta/AE

O mundo inteiro assistiu nesse domingo (28) uma ação sem precedente já feita para combater a criminalidade e o narcotráfico no Rio de Janeiro, mais precisamente no complexo do Alemão, dominado há duas décadas pelos traficantes.
A operação, superrofensiva, deixou todos os brasileiros boquiabertos e, ao mesmo tempo, esperançosos pelo resultado obtido. Isso tudo, graças à união bem-sucedida entre as polícias Militar, Civil, Federal e o Exército.
A estratégia adotada para devolver o morro aos seus moradores foi fantástica. O complexo está mais pacífico e tranquilo. Entretanto, ainda falta muito para limpar toda a nojeira e a degradação deixadas ali pelos traficantes. Mas, pelo que nos foi mostrado, isso é questão de tempo.
As forças militares mostraram que com bom senso e com boa vontade é possível resolver problemas que pareciam não ter mais jeito. E fico pensando: por que somente agora essa operação foi realizada, já que há tempos o Brasil conhece a realidade vivida nos morros e nas favelas da Cidade Maravilhosa?
A luta constate entre o Estado e o tráfico para se estabelecer a ordem, principalmente na cidade do RJ, não é nenhuma novidade, e sempre achei que o Estado fazia corpo mole para resolver esse problema, mas acho que me engano. Penso que Estado Brasileiro deve fazer sua mea culpa com relação ao o descaso ‘do ontem’, e tomar providências imediatas, não só no RJ, mas em todas as grandes e pequenas cidades que vivem hoje sob o domínio da violência e das drogas, já que a história do RJ se assemelha a de muitas outras cidades brasileiras.
O povo clama não só por segurança, mas também por trabalho, renda, qualidade de vida, saúde, ações sociais e, principalmente, por educação. Sem isso, como mudar esse ambiente hostil em que vive hoje nossos irmãos cariocas? É simplesmente impossível.
O Fantástico mostrou em uma reportagem um garoto que circulava no morro do Cruzeiro, um dia antes da ação no Complexo do Alemão, carregando consigo com um pote abarrotado de cartucho de fuzis já usados. Dizia o menino que iria vender - por cerca de nove reais - para o ferro velho. Isso é muito mais do que ganha um explorador de safiras nas minas da África: cerca de dois dólares por dia trabalhado. Ou seja, para a população carente, sofrida, o tráfico acaba se tornando um dos ‘melhores negócios’ para se obter uma renda razoável. É uma realidade dura, mas é essa a realidade.
Se o êxito obtido pelas tropas militares no complexo Alemão dependeu de bom senso e estratégia, que os novos desafios dos governantes sejam então aplicados dentro dessa política de paz; mais humana e não-menos ferrenha para garantir aos brasileiros o seu mais valioso preceito constitucional: o direito de ir e vir. Só assim, podemos consolidar a democracia em nosso país, com justiça, saúde, educação e cidadania.

Tá faltando criatividade? Exercite-se! Já dizia Walt Disney

Deixem-me confessar uma coisa: às vezes, morro de inveja de contistas, cronistas e roteiristas de TV. Juro! Na verdade, inveja mesmo é da criatividade dos caras. Eles realmente me impressionam. Mas, olha, é uma inveja branca, sem maldade. Afinal de contas, não fossem eles, o mundo seria monocromático. Sem graça. E o que seriam de nós leitores desses gêneros e expectadores das comédias televisivas? Tristes? Sorumbáticos? Macambúzios? Sim, seriamos!
Se hoje passo uma ou duas semanas sem atualizar o meu blog, saibam logo que eu estou sem a menor criatividade. E olha que passo muito tempo do meu ocioso tempo pensando no que escrever. É um trabalho bastante cansativo. Os fatos estão rolando aí, diariamente, esperando por alguém para serem comentados. E nada! Experiência de vida eu também tenho para compor uma boa história; e nada ainda! Exemplos a serem tirados da vida real têm de monte, e nada! Narrá-los, dar um outro tom às histórias do cotidiano, sem cair nos clichês ou na pieguice, bem... já são outros 500. Ô dilema!
Aliás, mais incomodada do que eu, só mesmo a minha mãe. É! Todo santo dia ela vem até a mim e repete o mesmo mantra de sempre: “Meu filho, escreva! Olha, jornalista não pode ter preguiça para escrever, viu?”. Não consigo responder a ela de outra forma se não soltando uma boa gargalhada. Dá vontade de me rasgar de tanto rir. Que desatino! Putz...
 O que mais me intriga é saber quem disse a minha mãe que jornalista não pode ter preguiça em escrever. É claro que pode! A preguiça é um direito universal, garantido a todo ser humano, a todos os profissionais; seja lá de que área de atuação ele seja. E mais! A preguiça tá longe de ser o meu problema.
Meu dilema não é preguiça. Quem dera fosse! A questão principal aqui é a tal da falta de criatividade. Não tem nada a ver com preguiça. É triste admitir isso, assim, abertamente no blog, mas, é isso mesmo: Falta de criatividade!
Quando fazia faculdade de Artes Visuais, uma das disciplinas da grade curricular era “Criatividade”. Achei bacana quando soube que estudaríamos isso; não via a hora de começar. Depois de iniciada a turma, não demorou muito, e lá veio frustração, logo no primeiro dia de aula.
“Boa tarde, gente! Vamos começar a nossa disciplina de Criatividade. Eu trouxe nessa primeira aula alguns elementos pra gente trabalhar a nossa ‘criatividade’. Aqui tem cartolina, lápis de cor, de cera, cola, bola de isopor, papel crepom, tampas de refrigerante, copos descartáveis de água e de cafezinho... e quero que vocês utilizem esse material pra montar alguma coisa criativa (!), não importa o quê, gente, apenas criem o que quiser”, orientou, superrempolgada, a professora.
Antes de iniciar a atividade, pensei: Tá! Tudo bem, mas, gente, se a aula é de criatividade, e se me sentia sem nenhuma naquele momento, como a professora queria que eu fosse criativo?! Alôôôô! Gente, eu não sou criativo! E estava ali cursando a disciplina, justamente, para me tornar um (?!). Pronto! frustração total.
Houve gente na sala que montou foguete espacial, carrinhos, bonecos e até uma fazenda criaram durante a aula, tudo feito com aqueles os objetos (resíduos) distribuídos pela professora.
O meu trabalho? Bem... Eu consegui (acreditem) desfiar toda a lateral de um copo plástico em tiras bem fininhas! Mas bem fininhas mesmo! Crente de que eu iria bolar algo que lembrasse aquelas saias das dançarinas de “ula-ula”.  
Tudo bem, o meu trabalho só me deu trabalho. Não tinha funcionalidade nenhuma, nem mesmo senso estético. Design arrojado então... Esquece! Ele sequer tinha algum estilo que fosse possível definir. Mas, eu fiz! Não era pra fazer qualquer coisa? Então! Walt Disney já dizia que “criatividade é como ginástica: quanto mais se exercita mais forte fica”. Então tá, Né?! Enfim... o meu trabalho ficou uma bosta e larguei as artes visuais!
Quanto a esta outra linguagem artística: a literatura, tudo tende a ter o mesmo destino. Ô meu Deus! Será? Mas, desta vez, seguirei com afinco o conselho do Walt Disney. Já que não existe uma varinha de condão que me transforme na pessoa mais criativa do universo, e enquanto o Pulitzer e o Nobel permanecem num sonho muito, muito distante, só me resta então exercitar a criatividade. E então? Quem vem comigo? 1,2,3,4... Vaaaai! Mais forte! Bora! Sem preguiça! Bora exercitar essa mente! Vai... 1,2,3,4... Não para! 1,2,3...
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Aí vão 10 dicas para exercitar a criatividade e manter-se inspirado. Veja se funciona com você, porque comigo, bem... Ainda me exijo cada vez!
1.) Observe
Um dos passos importantes para desenvolver a criatividade é observar. Observar tudo e todos. Observe os detalhes das coisas que te rodeiam, as características das pessoas em sua volta. Quando estiver conversando, preste atenção no que e como a pessoa fala.
2.) Analise
Quando se deparar com uma vitrine, uma embalagem de algum produto ou um comercial de TV, analise as características. Depois pense em o que você faria de diferente para mudar aquilo que analisou, seja para dar um aspecto mais interessante, para “despoluir” o visual, ou mesmo para chamar mais atenção do público-alvo.
3.) Ouça música
Ouvir uma boa música pode ser a chave para se ter uma boa ideia. Preste atenção em cada acorde de violão, em cada batida da bateria.
Analise a letra, as rimas, o sentido de uma determinada frase. Muitas vezes aquela música que você cansou de ouvir assume um outro significado quando analisada mais de perto.
4.) Assista filmes
Não apenas assista, mas perceba os detalhes envolvidos em cada filme.
A iluminação, a fotografia, a trilha sonora, os efeitos especiais.
Há uma infinidade de elementos que estão presentes nos filmes e que muitas vezes passam despercebidos quando só prestamos atenção na história.
5.) Durma bem
Ninguém é de aço. Precisamos descansar para recarregarmos as baterias.
Por isso uma boa noite de sono é de muita importância para quem trabalha com projetos que envolvam a criatividade.
Estar com a cabeça fresca e descansada é crucial no desenvolvimento de uma ideia.
6.) Leia e escreva muito
Seja na internet, livros ou revistas, leia. Mas leia muito.
Tente se manter atualizado com o que acontece no mundo. Evite o “crl+c ctrl+v” quando for mandar um e-mail. Escreva para aquele amigo que não vê a tempos. Escreva para sua namorada, para sua mãe, para seu cachorro.
7.) Use a internet a seu favor
Ao mesmo tempo em que a internet é uma benção, ela pode se tornar uma maldição se a usarmos sem critério. Use com qualidade o tempo em que passa na frente do comuptador. Sites de humor são legais, mas não se permita passar a tarde inteira lendo piadas.
8.) Organize suas coisas
Organize a mesa de trabalho de uma forma em que não perca tempo procurando coisas importantes. Tenha sempre em vista folhas de rascunho e um lápis ou caneta.
Se algo que não usa está ocupando espaço na sua mesa, simplesmente guarde em um outro lugar.
O mesmo vale para as pastas e documentos no computador. Organize os conteúdos por pastas, divida seu HD, limpe arquivos desnecessarios.
9.) Não force a barra
Trabalhar até altas horas da madrugada pode ser às vezes necessário mas com certeza não é a melhor escolha. A não ser que durma à tarde e ache melhor trabalhar à noite.
Caso precise ficar até mais tarde trabalhando em um projeto atrasado, já imagine estratégias para evitar essa situação.
10.) Tenha paixão pelo que faz
Um bom webdesigner/designer gosta daquilo que faz. Muitas vezes trata seus projetos como filhos, mostrando-os para parentes e amigos. Nada mais recompensador do que ver um projeto finalizado depois de um bom tempo de esforço e dedicação.

Liberdade de expressão!

A liberdade de expressão é um direito garantido pela Constituição Federal, e expressar-se, além de um dever e obrigação, é fundamental para tentar melhor aquilo que consideramos estar errado em nossa sociedade, em nosso cotidiano. Portanto, façamos valer esse direito.

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Sejam todos bem vindos!